Teorias da Comunicação Organizacional - Introdução

Tendo como ponto de partida as teorias da organização humana e destacando a comunicação no seio da organização, podemos fazer referência as seguintes teorias ou escolas mais relevantes segundo Vaz-Freixo (2006, p.199) «teoria ou escola clássica, teoria das relações humanas e escola dos sistemas sociais.».

Teoria ou Escola clássica: «assenta no pressuposto de que os membros de uma organização são instrumentos para serem influenciados e usados pela respectiva administração» (Vaz-Freixo 2006, p.199) (os seus percursores foram Federick Taylor, Henri Fayol e Max Weber). Esta teoria transparece a necessidade existente em dividir tarefas, definir funções e em existir uma hierarquia para o equilíbrio do funcionamento de uma organização, convergindo nos aspectos racionais, técnicos e económicos do comportamento humano nas organizações.

Teoria das relações humanas: tem por base as atitudes, os valores e as necessidades pessoais dos indivíduos. (J.M. Carvalho Ferreira, citado por Vaz-Freixo, 2006, p.202-203)

Escola dos sistemas sociais ou abordagem sociotécnica: tem por base a interdependência e complementaridade entre mercado e organizações, privilegiando a participação democrática dos trabalhadores nas organizações e o equilíbrio e optimização dos subsistemas técnico e social no funcionamento das organizações ( J.M. Carvalho Ferreira, citado por Vaz-Freixo, 2006, p.203). Na perspectiva de Yves Bertrand e Patrick Guillemet (1994) (citado por Vaz-Freixo, 2006, p.204), a abordagem sistémica representa a análise, a concepção e a coordenação dos recursos humanos e físicos, com vista a atingir os objectivos visados por uma dada organização. A tese de Barnard, como bem a entendeu Littlejohn (citado por Vaz-Freixo, 2006, p.208), «vai no sentido de considerar as organizações como só podendo existir através da cooperação humana e que esta constitui o veículo através do qual as capacidades individuais podem combinar-se para realizar tarefas complexas e ordenadas». Podemos então salientar que, se os indivíduos envolvidos se sentirem satisfeitos e gratificados com os resultados obtidos pela sua cooperação, terá como efeito positivo a frutificação e continuação da cooperação, essencial para obtenção de bons resultados dentro da organização. Podemos então apurar que, a abordagem clássica enfatiza sobretudo a estrutura, a teoria das relações humanas destaca principalmente as necessidades humanas, enquanto os teóricos do sistema, reconhecendo a natureza holística e de processo das organizações, conjugaram essas duas abordagens (Vaz-Freixo: 2006).